Almanaque Quilombo da Fazenda
COMUNIDADE QUILOMBOLA DA CASA DA FARINHA
Ubatuba, SP.
HISTÓRICO
Desde o início da colonização do Brasil, no início do século XVI, com a iniciativa portuguesa, com o intuito de povoar o território bem como explorar as riquezas naturais e do cultivo da terra. Num primeiro momento houve uma tentativa de escravização do indígena, que não foi satisfatória, fazendo com que o tráfico de escravos africanos fosse explorado. Vários protestos foram registrados, estabelecendo vínculos de amizade, vizinhança, e parentesco onde as pessoas pertencentes à cada comunidade constroem através de comunicação entre os membros de cada comunidade , e é por meio da comunicação que crenças, valores, hábitos e tabús são construídos, formando assim a cultura de cada comunidade.
A comunidade do Quilombo da Fazenda, da casa da Farinha, que está situada na costa norte de Ubatuba e reconhecida pela Fundação Palmares em 2005, sendo composta por aproximadamente 200 remanescentes quilombolas e com mais de 200 anos de história, luta e resistência.
HISTÓRIA DE UBATUBA
Época do Descobrimento
Os Jesuítas no Brasil Colônia e na História de Ubatuba
• Padres Anchieta e Manoel da Nóbrega – 1549
Confederação dos Tamoios e Paz de Iperoig
• Cacique Cunhambebe
De Vila à Cidade (28 de outubro de 1637)
VILA NOVA DA EXALTAÇÃO À SANTA CRUZ DO SALVADOR DE UBATUBA.
HISTÓRIA DO QUILOMBO DA FAZENDA
CASA DA FARINHA
A região de Ubatuba era ocupada principalmente pelos TUPINAMBÁS, povo de espírito guerreiro e alguns costumes canibais, o que deixou os colonizadores aterrorizados.
Em 1549 chegam os Jesuítas Padre Anchieta e Padre Manoel da Nóbrega que conseguem em 14 de Setembro de 1563 realizar o tratado de Paz em Iperoig, entre os indígenas e europeus, que traíram o acordo um ano depois e exterminaram as aldeias da região.
Com a implantação de atividades agrícolas, com mão de obra de negros escravizados. Com isso foram criadas as fazendas em Ubatuba.
Durante o período do Ouro esta região se tornou um importante centro de distribuição de riquezas minerais, já que os minerais eram escoados pela Estrada do Ouro, ou Estrada Real, que acabava em Paraty.
Em 1787, com o fechamento do Porto de Ubatuba caracterizou-se a dacadência econômica da região.
O cultivo do café se expandiu pelo Vale do Paraíba, e muitas fazendas entraram em falência. A proprietária da fazenda Picinguaba faleceu em 1884 e em seu testamento declara o desejo de que seus escravos sejam libertos e possam habitar em certas áreas da fazenda.
Em 1855 o governo passou a obrigar os proprietários a registrarem suas propriedades.
CONTO DO MACHADO
Relatos de moradores falam que durante a noite quando todos estavam deitados para dormir, escutavam o som do machado que vinha da mata, como se fosse alguém cortando uma árvore, escutaram o grito:
- Madeira!!!
Depois o barulho de árvore caindo!
No outro dia iam procurar a árvore e não encontravam nada.
O ARRASTAR DAS CORRENTES COM UM GEMIDO
Durante a noite se ouvia correntes se arrastando por toda a estrada, e se ouvia pessoas gemendo, e o gemido era ouvido por toda a estrada até a Casa da Farinha.
SOU QUILOMBO
(CANÇÃO COMPOSTA POR GUILHERME EULER BRAGA)
Eu sou descendente do Quilombo da Fazenda
Minha Família mora tudo dentro dela
Ali os moradores são tudo da união
Cuidando da pesca e vivendo o cultural
Tambores da Fazenda iniciaram uma Carreira
Tocando Percussão e agitando a galera
Na festa da Fazenda Dona Laura na cozinha
Fazendo Azul Marinho e merluza bem fritinha
Seu Zé Pedro símbolo conhecido mundial
Representando o Quilombo um presente especial
Tradições culturais do Quilombo da Fazenda
Livro lançado por Tamara Oliveira
Sou quilombo
Sou da cor
Represento
Com amor
Inserir fotos
Pandeiro, atabaque, xequerê, triangulo, violão
MÃE DE OURO
A Mãe de ouro é uma tocha de fogo, que passava pelo terreiro, iluminando tudo.
Todo mundo via, não tinha como não ver, era aquela faisqueira. O morro clareava todo e quando chegava no morro, batia e estrondava.
Ela passava de sete em sete anos, invariavelmente.
A Mãe de ouro às vezes fica verde e as suas faíscas amarelas, brilhante como ouro.
Ela corta o céu do Quilombo de um ponto a outro e some no morro mais alto( Morro do Registro) que fica na direção de Paraty.
Ô DE CASA
Formado por adultos, jovens e crianças da comunidade, trata-se de um resgate da cultura tradicional, com vários tipos de danças e ritmos como Jongo, Ciranda, Caranguejo e Arara.
Quilombo da Fazenda
Pratos doces
Bolo de Juçara
Doce de Banana
Doce de Jaca
Doce de Jambo
Compota de Abóbora
Mousse de Araçá-boi
Mousse de Cambuçi
Pudim de Juçara
Trufa de Juçara
PUDIM DE JUÇARA
1 Creme de leite
1 Leite Condensado
½ xícara de leite
2 gelatina sem sabor
5 colheres de polpa de juçara
Coloque leite condensado com o creme de leite, batendo enquanto se adiciona a polpa de juçara. Após diluir a gelatina no leite, adicione à mistura para finalizar e deixar bater por 2 minutos.
MOUSSE DE ARAÇA-BOI
1 Leite condensado
2 creme de leite
3 Araça-boi
Pegue os araças-boi e retire todos os corações, depois acrescente tudo no liquidificador e bata por 3 minutos. Despeje tudo em um refratário, leve para a geladeira e depois de 5 horas está pronto para saborear.
MOUSSE DE CAMBUCI
1 Leite Condensado
2 creme de leite
3 cambuçis
Coloque tudo no liquidificador e bater bem por 3 minutos. Despeje tudo em um refratário, leve para a geladeira e depois de 5 horas está pronto para saborear.
VIRADO DE BANANA
½ Dúzia de Banana
2 colheres de açúcar
2 xícaras de farinha de milho
2 colheres de óleo ou margarina (colher rasa)
Descasque e corte as bananas em rodela, em uma panela coloque o óleo ou a margarina de deixe aquecer em seguida coloque as bananas e deixe fritar bem até ficar douradinha, acrescente o açúcar e deixe fritar mais. Quando ficar bem marronzinhas acrescente a farinha e misture bem. Desligue o fogo, passe para outro recipiente e sirva-se.
RECEITAS DO QUILOMBO
Pratos salgados
Arroz com Taioba
Azul Marinho
Caponata Quilombola
Chips de Banana Verde
Inhoque de banana verde com molho de juçara
Moqueca de peixe com Juçara
Omelete de taioba
Peixe à moda quilombola
Strogonofe de Lula
Virado de Banana
Pupunha na Manteiga
Paçoca de banana verde
ARROZ COM TAIOBA
½ Maço de taioba lavada sem talo e cortada em tirinhas
Refogar com alho, cebola com azeite e margarina
Colocar uma pitada de sal
Acrescentar 2 xícaras de arroz cozido
Misturar e enformar individualmente.
PUPUNHA NA MANTEIGA
1 Kg de Palmito Pupunha cozido
1 colher de chá de sal
½ cebola picada
4 dentes de alho
1 colher cheia de margarina
25 gramas de salsinha
Refogue o alho e a cebola na margarina, acrescente o Palmito pupunha, o sal, misture e depois acrescente a salsinha e desligue o fogo. Bom proveito...
OMELETE DE TAIOBA
2 Ovos batidos
25 gramas de cebola picada
25 gramas de tomate picado
100 gramas de taioba lavada e picada
5 gramas de sal
50 gramas de leite
Bater levemente os ingredientes e colocar em frigideira quente com um fio de azeite.